Cidadão no Centro

Por que uma infraestrutura pública digital robusta é fundamental para o desenvolvimento sustentável de um país?

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Autor:
Redação Valid
Data de Publicação:

De cidades inteligentes conectadas por redes 5G à expansão da internet das coisas (IoT), passando por pagamentos instantâneos, identidades digitais e inteligência artificial aplicada a serviços públicos, vivenciamos uma transformação acelerada.  

Essas tendências reforçam a necessidade de governos investirem em DPI robusta e inclusiva – uma base que impulsiona inovação econômica, melhora a eficiência dos serviços e amplia a inclusão social.

No Brasil, exemplos como a plataforma gov.br, o sistema de pagamentos Pix e a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) ilustram o poder da DPI para integrar a população aos benefícios da era digital. Além de modernizar a gestão pública, uma estratégia nacional de infraestrutura digital também alinha o país aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, do crescimento econômico à redução das desigualdades.  

A seguir, exploramos em profundidade como cada tendência tecnológica demanda e fortalece a DPI, e por que essa infraestrutura se tornou sinônimo de progresso sustentável no Brasil e no mundo.

DPI como motor de desenvolvimento de tecnologias emergentes

Todas essas tendências apontam para um futuro em que governo digital não é mais opcional, e sim fundamental para o desenvolvimento sustentável.  

Quem investir cedo em infraestrutura pública digital robusta colherá benefícios socioeconômicos por décadas, catalisando a inovação e garantindo que a transformação digital seja inclusiva a longo prazo.

Continue a leitura para entender por que estruturas eficientes de DPI são fundamentais:

Para expandir as possibilidades de conexão através do 5G e da Internet das Coisas (IoT)

Com capacidade para suportar até 1 milhão de dispositivos IoT por quilômetro quadrado, o 5G permite conectar sensores urbanos, veículos autônomos, aparelhos de saúde e dispositivos domésticos em uma escala nunca vista. Investir em DPI é pré-requisito para o sucesso dessas tecnologias, já que é preciso garantir cobertura ampla, backbones estáveis e integração entre plataformas públicas e privadas.  

Quando bem implementada, essa infraestrutura permite criar cidades inteligentes que otimizam o trânsito via sensores, monitoram recursos hídricos em tempo real e melhoram a segurança pública com câmeras conectadas. Cada semáforo inteligente ou sensor de saúde populacional integrado representa DPI em ação, transformando dados coletados em serviços proativos.

Assim, 5G e IoT atuam como motores gêmeos impulsionando a DPI, ao mesmo tempo em que dependem dela para entregar seu potencial de forma sustentável.

Para fortalecer a identidade digital e o exercício pleno da cidadania

Em paralelo à conectividade, outra tendência crítica é a identidade digital – modelos que dão ao indivíduo maior controle sobre seus dados pessoais e credenciais, reduzindo a fragmentação de cadastros e fortalecendo a privacidade.  

No Brasil, um passo significativo foi a criação da Carteira de Identidade Nacional (CIN) unificada, que padroniza o CPF como identificador único do cidadão. Antes, cada estado emitia um RG diferente, o que permitia que uma pessoa tivesse até 27 números de identidade e facilitava fraudes; com o decreto 10.977/2022 (do “RG único”), o CPF passou a ser o número de identificação civil em todo o país.

Além disso, a nova identidade adota padrões internacionais (com código MRZ para leitura óptica) e possui versão digital oficial para smartphones, representando um documento totalmente digital e verificável por QR code.  

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Uma identidade digital robusta é alavanca para inúmeros serviços sustentáveis. Um cidadão identificado pode:

- receber transferências de assistência social de forma ágil

- acessar educação à distância

- assinar contratos eletronicamente

- participar da vida cívica online com segurança, entre outros.

Para potencializar a inclusão financeira de todos os cidadãos

Um componente essencial da DPI é a infraestrutura de pagamentos digitais que permita transações rápidas, baratas e acessíveis a toda a população.  

Nesse campo, o Brasil despontou com o Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central em 2020. O Pix rapidamente se tornou onipresente: em 2023 alcançou 152 milhões de usuários cadastrados, o que representa cerca de 7 em cada 10 brasileiros utilizando ou predispostos a utilizar o sistema. Essa adoção explosiva, em poucos anos, demonstra o apetite da sociedade por soluções financeiras ágeis – e como uma DPI bem projetada pode escalar para atender a toda a população.  

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Hoje o Pix supera meios tradicionais como DOC, TED e boletos, e sua aceitação vai do e-commerce ao vendedor ambulante na rua. No primeiro trimestre de 2024, por exemplo, 46% de todas as compras online na plataforma Nuvemshop foram pagas via Pix, ultrapassando o cartão de crédito (44%). E nas feiras e calçadas brasileiras, é comum encontrar placas de “Aceita Pix” até em bancas de frutas, indicando inclusão financeira também no comércio informal.

Para o desenvolvimento sustentável, isso significa alavancar a inclusão financeira (ODS 8 e 10) ao oferecer meios de pagamento a baixo custo para todos, integrando desde comunidades rurais remotas até centros urbanos, e fomentando inovação fintech sobre essa plataforma aberta.

Ao reduzir a dependência de dinheiro vivo e eliminar tarifas elevadas, o Pix trouxe milhões de desbancarizados para o sistema financeiro formal, demostrando a força que a tecnologia inclusiva tem para impulsionar a economia local e a autonomia dos pequenos empreendedores.

Para reformular e criar políticas públicas mais eficientes com base em dados

Governos dispõem hoje de uma quantidade sem precedentes de dados, desde registros administrativos de saúde e educação até dados em tempo real de sensores urbanos e interações dos cidadãos em plataformas digitais. Analisar esses dados com IA permite decisões baseadas em evidências, antecipação de problemas e personalização de serviços.

>> Saiba mais: Como a Estônia usa a Inteligência Artificial para revolucionar o serviço público

Por exemplo, algoritmos de aprendizado de máquina podem detectar padrões de evasão escolar para orientar intervenções do governo, ou otimizar rotas de transporte público conforme o fluxo de pessoas captado por celulares e câmeras.

No Brasil, já vemos aplicações concretas: a Receita Federal emprega análise de dados e IA para identificar fraudes fiscais em larga escala, cruzando milhares de declarações; prefeituras experimentam com chatbots de atendimento virtual para agilizar a prestação de informações ao cidadão; e durante a pandemia de COVID-19, ferramentas de big data ajudaram a mapear a disseminação do vírus e orientar medidas sanitárias.

Entretanto, o aproveitamento pleno da IA no setor público depende fortemente de uma infraestrutura digital comum e interoperável. É preciso que bases de dados de diferentes órgãos “conversem” entre si (respeitando a privacidade), que haja plataformas para compartilhamento seguro de informações e poder computacional disponível para treinar modelos de IA complexos.  

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Para promover diplomacia e cooperação internacional  

Nenhum país avança sozinho na jornada do governo digital – a cooperação internacional e a adoção de padrões abertos são elementos chave para maximizar os benefícios da infraestrutura pública digital. O Brasil, assim como outras nações, tem muito a ganhar ao trocar experiências e soluções com a comunidade global.  

Uma das facetas da cooperação está nos softwares livres e de código aberto para serviços públicos. Comunidades internacionais desenvolvem e compartilham soluções abertas para pagamentos, registros civis, saúde e educação – o que reduz custos e dá soberania tecnológica aos países.  

Países como a Estônia e a Índia se tornaram referências: a Estônia com sua X-Road (plataforma de interoperabilidade) e identificação digital altamente avançada; a Índia com o conjunto India Stack (identidade Aadhaar, pagamentos UPI, assinaturas digitais) que revolucionou a inclusão. Hoje o Aadhaar indiano provê identidade biométrica para mais de 1,3 bilhão de pessoas, sendo o maior sistema do gênero no mundo, e o UPI se tornou até mesmo um instrumento de diplomacia tecnológica exportado para outros países.

Assim, DPI também é diplomacia: um país com infraestrutura digital sólida e interoperável torna-se um parceiro mais atrativo no cenário global, capaz de participar de projetos conjuntos de pesquisa em IA, de iniciativas de segurança cibernética coletiva e de acordos comerciais que envolvam fluxo de dados com confiança.

Parceria público privada é uma forma de impulsionar o avanço da DPI no Brasil

O Brasil, com sua escala continental e criatividade tecnológica, tem a oportunidade de liderar pelo exemplo, mostrando como um país emergente pode abraçar a transformação digital para superar desafios históricos de desigualdade e ineficiência.

Resta ao poder público, em parceria com a iniciativa privada, academia e sociedade civil, garantir que esses trilhos formem uma rota segura, aberta e acessível a todos os cidadãos. Assim, pavimentaremos digitalmente um futuro sustentável, no qual crescimento e inclusão caminham de mãos dadas, impulsionados por uma infraestrutura que pertence a todos nós.

Conheça mais sobre como a Valid apoia governos na jornada da transformação digital. A Valid é a empresa líder em Governo Digital no Brasil, fornecendo soluções seguras de identificação, pagamentos e data analytics que já habilitam muitas das iniciativas discutidas neste artigo.  

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